Tenho uma grande amiga, do tempo do movimento jovem de Santa Terezinha, no Jurunas, em Belém, que diz gostar dos meus artigos de todas às quartas-feiras, neste espaço, menos quando trata da discussão sobre a viabilidade de Belo Monte, por entender que é um assunto superado. E não há como discordar, até porque as obras da hidrelétrica, em si, seguem de acordo com o cronograma estabelecido, diferente das ações de mitigação, dos impactos econômicos e sociais, que, infelizmente, estão muito atrasadas, especialmente em Altamira e Vitória do Xingu, onde, aliás, já se sente os efeitos desses impactos.
E isto está ocorrendo, porque alguns órgãos, que deveriam lutar pela execução imediata dessas ações, ainda, estão debatendo a viabilidade da hidrelétrica, assunto que, a meu ver, estão é exaurido há muito tempo. Por isso, no artigo da semana passada, disse que ninguém agüenta mais as ações judiciais contra as obras de Belo Monte, que, como já dito, estão em pleno andamento. Enquanto isso, repito, as ações de mitigação dos impactos econômicos e sociais, ainda, estão no papel. Essa é a luta que todos devem assumir e participar, sem, necessariamente, pedir a paralisação das obras da hidrelétrica.
E isto está ocorrendo, porque alguns órgãos, que deveriam lutar pela execução imediata dessas ações, ainda, estão debatendo a viabilidade da hidrelétrica, assunto que, a meu ver, estão é exaurido há muito tempo. Por isso, no artigo da semana passada, disse que ninguém agüenta mais as ações judiciais contra as obras de Belo Monte, que, como já dito, estão em pleno andamento. Enquanto isso, repito, as ações de mitigação dos impactos econômicos e sociais, ainda, estão no papel. Essa é a luta que todos devem assumir e participar, sem, necessariamente, pedir a paralisação das obras da hidrelétrica.
Porém, quando pensava em escrever um artigo sobre a tripartição do Pará e a estranha campanha do plebiscito, de 11/12/2011, eis que recebo a notícia de que o juiz federal, de Altamira, havia negado liminar a uma outra ação do MPF, do Pará, que pedia, outra vez, a paralisação das obras de Belo Monte. Mas, nem bem festejava essa boa notícia e eis que fui surpreendido, na internet, com a veiculação de um vídeo de um tal “movimento gota d’água”, com a participação de dezenove artistas da Rede Globo, numa verdadeira campanha contra as obras de Belo Monte, pedindo, inclusive, o voto dos internautas.
Confesso que sempre soube que a hidrelétrica de Belo Monte tinha inimigos muito poderosos. Contudo, nunca pensei que chegassem a tanto.
Quanto custou a produção desse vídeo, de mais de cinco minutos? E quem pagou essa produção? Seriam os índios, por acaso? Ou os ribeirinhos do Xingu? Qual foi o cachê desses artistas, especialmente do Marcos Palmeiras, Maitê Proença, Juliana Paes, Cissa Guimarães, Dira Paes, Cláudia Ohana e inclusive do velho Ary Fontoura, que, ao que me lembre, nunca participou de nenhuma campanha política, mas que lá está, no vídeo, apelando à presidente Dilma que paralise as obras de Belo Monte?
É óbvio que, como democrata, sou inteiramente a favor da liberdade de expressão. Mas, da expressão da verdade e não da mentira. Por isso não posso concordar com a fala da atriz Ingrid Guimarães, quando inventa um tal “parque nacional do Xingu, que se localiza logo abaixo da hidrelétrica”... Mas, de que parque essa moça esta falando? No rio Xingu? Abaixo da hidrelétrica de Belo Monte não existe e nunca existiu nenhum parque, seja federal ou estadual. Como se lança uma invencionice dessa, na internet? Será que quem escreveu essa asneira, o fez por ignorância ou a idéia era mesmo mentir? Enganar as pessoas que não conhecem o Xingu?
Quanto às outras falas do vídeo é bom nem comentar, até porque é uma coletânea de clichês, recheados de ignorância e mitos. Contudo, não há como negar a minha surpresa quanto ao fato de não saberem que Belo Monte é de uma empresa privada – a Norte Energia S/A e não do governo federal. Portanto os recursos ali investidos são privados, mesmo que financiados pelo BNDES. E creio que foi essa desinformação, que os levou a dizer que “é errado o uso do dinheiro de impostos na construção de Belo Monte”. Mas, muito embora não seja o caso, se é errado o uso do dinheiro dos impostos na construção de uma hidrelétrica, que vai gerar energia para todo o país, é certo gastar dinheiro de impostos para financiar produções culturais de qualidad e duvidosa e que pouca gente assiste? Por outro lado, não é estranho que essa gente do vídeo veja problemas em gastar R$30 bilhões na construção da 3ª maior hidrelétrica do mundo, que vai gerar energia inclusive para eles, e nada dizem a respeito dos gastos dos mesmos R$30 bilhões na construção de estádios, que serão utilizados na Copa do Mundo? Já que esses recursos são efetivamente públicos?...
Fonte: Publicado em O LIBERAL de 23/11/2011, 1º caderno, pág. 02
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