quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um gol de placa



É óbvio, que a presença da seleção brasileira em qualquer cidade mexe com a torcida. E imagine em Belém, onde a seleção não jogava há seis anos? Por outro lado a presença do Neymar, que hoje é o centro das atenções, especialmente dos mais jovens, estimulou mais ainda a torcida a recepcionar com euforia a chegada da Seleção no aeroporto, no hotel e participar, em massa, do treino do Mangueirão, numa clara demonstração de paixão pelo nosso futebol.
E essa paixão fica mais patente, quando sabemos que muitos dos 45 mil torcedores que compareceram ao jogo do Mangueirão, na noite de quarta-feira passada, eram oriundos do interior, que, apesar das dificuldades de transporte, vieram a Belém especialmente assistir àquele jogo.


Na verdade, Belém parou com a presença da seleção Brasileira. E na quarta-feira, todos só pensavam na partida que ocorreria a noite. E por imaginar que haveria tumulto, principalmente na entrada do estádio, decidi ficar em casa e assistir o jogo pela televisão, até porque a TV Liberal já havia anunciado que iria transmitir ao vivo. E foi com orgulho que, logo no início, vi o Galvão Bueno elogiando a beleza arquitetônica do Mangueirão e a vibração da torcida, que, literalmente, lotava o estádio. Em seguida adentrou no gramado a Seleção da Argentina e logo atrás a Seleção do Brasil, que foi entusiasticamente saudada pela torcida, fato que, aliás, foi registrado pelos repórteres da Globo. E, assim, após as fotos oficiais das duas seleções, a banda executou o Hino Nacional da Argentina (que era o país visitante) e por último o Hino Nacional Brasileiro.

É evidente que o jogo foi emocionante, principalmente pela participação da torcida, que, aliás, merece nota mil. Contudo, não há como negar que o ponto alto daquela partida não foi o jogo, mas, sim, o momento do Hino Nacional Brasileiro, até porque a Banda executou o Hino na forma para ser ouvido, apenas a primeira parte. Porém a torcida, eufórica e cheia de brasilidade, cantou o Hino desde o começo e quando a banda parou, a torcida continuou cantando, em uníssono. Foi emocionante. Sensacional. “Pai d’égua”. E pelo que ví na televisão, a emoção tomou conta do estádio. Até o Galvão Bueno que “fala pelos cotovelos”, ficou quieto. Calado. O Neymar levou as mãos ao rosto, claramente emocionado. E o mesmo aconteceu com o Ronaldinho Gaúcho e outros. E não poderia ser de outra forma. Afinal, como diria alguém, nunca antes, na história do futebol, se viu um coro de 45 mil vozes cantando o Hino Nacional, em uníssono e sem os acordes da banda musical. E, repito: é inegável que este foi o ponto alto daquele jogo, aliás, não só para os paraenses, mas, principalmente, para a imprensa desportiva, que, seguramente, nunca vira uma demonstração de tanto amor e paixão como aquela, numa partida de futebol. E foi por isso, certamente, que alguém disse que “não foi Belém quem perdeu a Copa, mas, sim, a Copa que perdeu Belém”. E isso é fato, até porque foi em Belém que a Seleção voltou a ganhar e ganhou da Argentina, além de desencantar o Neymar que fez um gol.


Aliás, creio que foi graças àquela festa que Belém será subsede da Copa América, conforme o anuncio do próprio presidente da Confederação Brasileira de Futebol – Ricardo Teixeira. E com a divulgação que o Pará voltou ter, a nível nacional, quem sabe Belém não será, também, subsede da Copa das Confederações? E com a demonstração do que o atual governo do Pará é capaz de fazer, quem sabe Belém não venha a substituir uma das subsedes da Copa, caso não consigam concluir os seus respectivos estádios? Afinal, o Mangueirão está pronto e provou que está em condições de realizar qualquer competição internacional.

É claro que há problemas de trânsito, para se chegar ao Mangueirão. Mas nada que não possa ser solucionado e que, certamente, já deve está sendo estudado pela equipe de governo.


Seja como for, esse jogo do Brasil com a Argentina, enquanto evento, foi um espetacular gol de placa do governo do Estado e do povo do Pará, que, unidos e com todo entusiasmo, mostraram que foi um erro Belém não ser escolhida como subsede da Copa do Mundo de 2014, até porque tem um Estádio Olímpico pronto e uma das torcidas mais vibrantes do Brasil. Viva o Pará.



Fonte: Publicado em O LIBERAL de 05/10/2011, 1º caderno, pág. 02

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